21 de set. de 2010

§ Paciência §

Ah!
Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados...
Muita gente iria gastar boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia.

Por muito pouco a madame que parece uma lady solta palavrões e berros que lembram as antigas trabalhadoras do cais...

E o bem comportado executivo? O cavalheiro se transforma numa besta selvagem no trânsito que ele mesmo ajuda a tumultuar...

Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o jeito do chefe é demais para sua cabeça,
a esposa virou uma chata, o marido uma mala sem alça.
Aquela velha amiga uma alça sem mala, o emprego uma tortura, a escola uma chatice.
O cinema se arrasta, o teatro nem pensar, até o passeio virou novela.


Outro dia, vi um jovem reclamando que o banco dele pela internet estava demorando a dar o saldo,
eu me lembrei da fila dos bancos e balancei a cabeça, inconformado...
Vi uma moça abrindo um e-mail com um texto maravilhoso e ela deletou sem sequer ler o título,
dizendo que era longo demais.

Pobres de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida,
sem tempo para Deus.

A paciência está em falta no mercado, e pelo jeito, a paciência sintética dos calmantes está cada vez mais em alta.
Pergunte para alguém, que você saiba que é ansioso demais onde ele quer chegar?
Qual é a finalidade de sua vida?
Surpreenda-se com a falta de metas, com o vago de sua resposta.


E você?
Onde você quer chegar?
Está correndo tanto para quê?
Por quem?
Seu coração vai agüentar?
Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio o mundo vai parar?
A empresa que você trabalha vai acabar?
É claro que não !
As pessoas que você ama vão parar?
Será que você conseguiu ler até aqui?


Respire... Acalme-se...


O mundo está apenas na sua primeira volta e, com certeza,

no final do dia vai completar o seu giro ao redor do sol, com ou sem a sua paciência...


Arnaldo Jabor

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